Segunda Matéria da VEJA, a respeito de AGORA É QUE SÃO ELAS, por Ricardo Valladares:
Virada de jogo
A novela das 6 da Rede Globo, Agora É que São Elas, balançou e balançou - mas não caiu. Depois de patinar por quase três meses numa média ruim de audiência, chegando a dar 26 pontos, nas últimas semanas ela conseguiu se aprumar e ultrapassou finalmente os 32 pontos de ibope, patamar que a Globo considera ideal para o horário. Um outro número revela de maneira ainda mais clara que a novela ganhou embalo: de cada dez televisores ligados às 6 da tarde, sete sintonizam nela. Novelas são por definição obras abertas. Sempre se pode ajustá-las. Mesmo assim, é raro ver uma trama que demora muito a emplacar virar o jogo e se tornar um sucesso. Foi esse o feito alcançado por Agora É que São Elas - graças em boa parte à proverbial voz do povo, que indicou o caminho.
Nem todos os autores de novela dão ouvidos ao que as pesquisas de opinião dizem. Manoel Carlos, de Mulheres Apaixonadas, apregoa que jamais presta atenção a elas. Responsável pela trama de Agora É que São Elas, Ricardo Linhares decidiu fazer o contrário - o que acabou sendo uma decisão sábia. Sua principal providência, seguindo os conselhos de um grupo de espectadoras convocado pela Globo, foi fazer os personagens Juca Tigre (Miguel Falabella) e Antônia (Vera Fischer) engatar logo um romance. A história estava prevista para o distante capítulo 100, e foi antecipada para o capítulo 60. "Tem de ouvir as mulheres", diz Linhares. "Elas queriam o namoro, então apressei os acontecimentos." O par anterior de Falabella era a atriz Marisa Orth - o que dava ao público a sensação de estar assistindo a um remake mal disfarçado do extinto seriado Sai de Baixo, estrelado pelos dois.
Resolver o romance central foi um passo importante. Além disso, Linhares criou novos personagens e novos focos de interesse na novela. Os personagens Rodrigo (Thiago Fragoso) e Vanuza (Preta Gil) estão se tornando populares. Eles organizam corridas de carro na cidade fictícia de Formigas. Um desses rachas rendeu um pico de audiência de 38 pontos, o maior da novela até agora. A presença de Preta Gil na novela foi um esperto golpe de marketing. Ela é filha do cantor e ministro da Cultura Gilberto Gil, que até a semana passada não a vira no ar. Aos 28 anos, Preta é o tipo de garota que não tem papas na língua. "Tenho 1,60 de altura, 74 quilos e sou negra de cabelo alisado. Estou fora dos padrões de beleza. E daí?", diz ela. A jovem aspirante a celebridade afirma que agarrou a chance de aparecer na novela porque isso vai ajudá-la a lançar seu primeiro disco, no mês que vem. Seu plano de vida é ser cantora, e não atriz, profissão para a qual nunca se preparou a contento. "Eu só terminei
o colégio, minha escola é minha família. Foi ótimo poder discutir filosofia com Jorge Mautner, minha sexualidade com Caetano Veloso e ir aos shows de minha madrinha Gal Costa", explica ela. Formação densa, a da moça.
Virada de jogo
A novela das 6 da Rede Globo, Agora É que São Elas, balançou e balançou - mas não caiu. Depois de patinar por quase três meses numa média ruim de audiência, chegando a dar 26 pontos, nas últimas semanas ela conseguiu se aprumar e ultrapassou finalmente os 32 pontos de ibope, patamar que a Globo considera ideal para o horário. Um outro número revela de maneira ainda mais clara que a novela ganhou embalo: de cada dez televisores ligados às 6 da tarde, sete sintonizam nela. Novelas são por definição obras abertas. Sempre se pode ajustá-las. Mesmo assim, é raro ver uma trama que demora muito a emplacar virar o jogo e se tornar um sucesso. Foi esse o feito alcançado por Agora É que São Elas - graças em boa parte à proverbial voz do povo, que indicou o caminho.
Nem todos os autores de novela dão ouvidos ao que as pesquisas de opinião dizem. Manoel Carlos, de Mulheres Apaixonadas, apregoa que jamais presta atenção a elas. Responsável pela trama de Agora É que São Elas, Ricardo Linhares decidiu fazer o contrário - o que acabou sendo uma decisão sábia. Sua principal providência, seguindo os conselhos de um grupo de espectadoras convocado pela Globo, foi fazer os personagens Juca Tigre (Miguel Falabella) e Antônia (Vera Fischer) engatar logo um romance. A história estava prevista para o distante capítulo 100, e foi antecipada para o capítulo 60. "Tem de ouvir as mulheres", diz Linhares. "Elas queriam o namoro, então apressei os acontecimentos." O par anterior de Falabella era a atriz Marisa Orth - o que dava ao público a sensação de estar assistindo a um remake mal disfarçado do extinto seriado Sai de Baixo, estrelado pelos dois.
Resolver o romance central foi um passo importante. Além disso, Linhares criou novos personagens e novos focos de interesse na novela. Os personagens Rodrigo (Thiago Fragoso) e Vanuza (Preta Gil) estão se tornando populares. Eles organizam corridas de carro na cidade fictícia de Formigas. Um desses rachas rendeu um pico de audiência de 38 pontos, o maior da novela até agora. A presença de Preta Gil na novela foi um esperto golpe de marketing. Ela é filha do cantor e ministro da Cultura Gilberto Gil, que até a semana passada não a vira no ar. Aos 28 anos, Preta é o tipo de garota que não tem papas na língua. "Tenho 1,60 de altura, 74 quilos e sou negra de cabelo alisado. Estou fora dos padrões de beleza. E daí?", diz ela. A jovem aspirante a celebridade afirma que agarrou a chance de aparecer na novela porque isso vai ajudá-la a lançar seu primeiro disco, no mês que vem. Seu plano de vida é ser cantora, e não atriz, profissão para a qual nunca se preparou a contento. "Eu só terminei
o colégio, minha escola é minha família. Foi ótimo poder discutir filosofia com Jorge Mautner, minha sexualidade com Caetano Veloso e ir aos shows de minha madrinha Gal Costa", explica ela. Formação densa, a da moça.
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