domingo, 6 de janeiro de 2002

Programa sai por baixo

Esse texto saiu no jornal "O dia" aqui do Rio de Janeiro ... O texto não é muito agradável, mas tem críticas, que por um lado, até estão certas. Leia o texto da jornalista Maria Helena Dutra e depois dê sua opinião no nosso livro de visitas.

PROGRAMA SAI POR BAIXO >>> Final melancólico. De acordo com Daniel Filho, no livro Circo Eletrônico, o verdadeiro criador do Sai de Baixo foi Luiz Gustavo. Por uma esperta razão, como o autor explica: “O programa nasceu de uma idéia do ator Luiz Gustavo. Estávamos filmando Confissões de Adolescente e ele sugeriu: ‘Daniel, não seria bom a gente voltar a fazer sitcom? Com atores que sabem fazer comédia, com platéia ao vivo?’ Luiz Gustavo, conhecido pelos íntimos como Tatá, sempre gostou de uma maré mansa. Seu sonho era fazer um programa gravado num dia só, não suportava mais ter de gravar um programa em três, quatro dias”.A preguiça do ator fez surgir um grande sucesso, que não vai completar, porém, seu sétimo ano de vida. Seu encerramento já foi anunciado pela Globo e com razão. Em 2001, apenas se arrastou num palco paulista, não fazendo mais rir e se incluindo nos fracassos globais da programação de domingo. Devia ter saído antes. Mas enquanto durou, teve inegavelmente momentos divertidos.

A mesma fonte conta outros detalhes curiosos sobre a idéia e a produção do programa prestes a acabar. O projeto inicialmente foi levado a Silvio Santos. “Ele não deu a menor atenção, acho que nem ouviu a proposta.” A Globo, em 1996, já perdia audiência nos fins de noite de domingo, e Boni, então todo-poderoso da rede, topou de imediato a idéia.

Fúlvio Stefanini e Luiz Fernando Guimarães recusaram o Caco Antibes, que ficou, para muita sorte dele, com Miguel Falabella. Nair Bello e Arlete Salles não quiseram a Cassandra, papel aceito por Aracy Balabanian, que também soube tirar o máximo proveito do personagem.

A mais engraçada revelação transcrevo agora: “Para o papel do porteiro, escolhi Tom Cavalcante, que estava sem fazer nada na Globo. Achei que era um bom comediante e que eu poderia tirar partido de suas imitações. Aconselharam-me a não escalá-lo: não era ator, não sabia representar um personagem, era uma novidade para ele representar um personagem, era novidade para ele representar com outras pessoas, não respeitava as marcas, não tinha noção da relação com a câmera, o diabo. Era tudo verdade. Durante muito tempo, os colegas tiveram de ajudar colocando-o nas marcas certas.” Deu no que deu.

Mas foi sucesso. Assim como Luís Carlos Tourinho, que substituiu Tom Cavalcante. Custaram mais a achar empregada com o talento de Cláudia Jimenez, que se desentendeu com os autores do humorístico. Depois de escolhas erradas, acertaram e muito com Cláudia Rodrigues. Nunca se soube, porém, porque o engraçado Ary Fontoura foi defenestrado do elenco. E a razão do sumiço do filho de Magda e Caco.

Só que todos os personagens do Arouche, de uns tempos para cá, foram muito mal-servidos pelos autores que se sucederam no programa. Ficou chato e sem graça. Saiu por baixo. Mas o formato deveria continuar. Como já pensou Luiz Gustavo, sempre funciona e bem.

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