Matéria da VEJA, a respeito de AGORA É QUE SÃO ELAS, por Ricardo Valladares:
Seleção desastrada
A novela Agora É Que São Elas estreou em março, na Rede Globo, com uma missão urgente: levantar, no horário das 6, a média de audiência da emissora, que caiu 5 pontos em três anos. Estrelas como Vera Fischer, Miguel Falabella, Marisa Orth e Maurício Mattar foram convocadas, e inventou-se uma trama que mistura comédia, realismo fantástico e romance. Resultado? Rigorosamente nenhum. A média da novela é idêntica à de suas antecessoras Sabor de Paixão e Coração de Estudante: 26 pontos. Por que uma novela com atores de primeira linha e ingredientes para satisfazer todos os gostos não consegue embalar? O motivo principal é visibilíssimo: o entrecho de Agora É Que São Elas é ruim de doer. Mas uma pesquisa concluída na semana passada pela Globo mostra que também há outras razões para a encrenca.
Se novela tivesse técnico como seleção de futebol, a esta altura ele estaria com seu emprego a perigo. A escalação de Agora É Que São Elas mostrou-se uma das mais desastradas dos últimos tempos. Até Vera Fischer, quem diria, pode estar atrapalhando. Com sua beleza exuberante, mas madura, e seu longo histórico de polêmicas, ela é garantia de ibope às 8 horas, mas o público das 6, formado sobretudo por mulheres conservadoras, a considera uma presença forte demais nesse horário. As telespectadoras, aliás, também não gostaram de uma brincadeira que estava prevista para os próximos capítulos: a inversão de papéis entre os sexos. Na trama bolada pelo autor Ricardo Linhares, uma demissão em massa na fábrica da cidadezinha de Bocaiúvas obrigaria os homens a ir cuidar da casa, enquanto suas mulheres assumiriam uma cooperativa, começariam a ganhar dinheiro e a tomar umas e outras depois do expediente. "Já tinha tudo planejado e vou precisar mudar", resigna-se Linhares. O público quer mesmo é açúcar na novela das 6.
Romance sim, mas não qualquer um. O par formado por Maurício Mattar e Déborah Falabella não está agradando. Com quase 40 anos, Mattar é visto como um homem muito velho para Déborah. Seria melhor, dizem as telespectadoras, se Paulo Vilhena conquistasse o coração da mocinha. No quesito galã, porém, a pior nota vai para Miguel Falabella. Já corre nos bastidores da Globo a piada de que ele não cola nesse papel nem mesmo pintado de roxo - a cor que seu personagem adquiriu momentaneamente, depois de ser atacado por um enxame de formigas. Para complicar ainda mais sua situação, o público está cansado de vê-lo fazendo comédia. A atuação de Falabella como o inescrupuloso político Juca Tigre lembra demais seu papel como Caco Antibes, do extinto dominical Sai de Baixo. Até a atriz que interpreta sua mulher é a mesma, Marisa Orth - que não faz outro papel a não ser o de Marisa Orth.
Seleção desastrada
A novela Agora É Que São Elas estreou em março, na Rede Globo, com uma missão urgente: levantar, no horário das 6, a média de audiência da emissora, que caiu 5 pontos em três anos. Estrelas como Vera Fischer, Miguel Falabella, Marisa Orth e Maurício Mattar foram convocadas, e inventou-se uma trama que mistura comédia, realismo fantástico e romance. Resultado? Rigorosamente nenhum. A média da novela é idêntica à de suas antecessoras Sabor de Paixão e Coração de Estudante: 26 pontos. Por que uma novela com atores de primeira linha e ingredientes para satisfazer todos os gostos não consegue embalar? O motivo principal é visibilíssimo: o entrecho de Agora É Que São Elas é ruim de doer. Mas uma pesquisa concluída na semana passada pela Globo mostra que também há outras razões para a encrenca.
Se novela tivesse técnico como seleção de futebol, a esta altura ele estaria com seu emprego a perigo. A escalação de Agora É Que São Elas mostrou-se uma das mais desastradas dos últimos tempos. Até Vera Fischer, quem diria, pode estar atrapalhando. Com sua beleza exuberante, mas madura, e seu longo histórico de polêmicas, ela é garantia de ibope às 8 horas, mas o público das 6, formado sobretudo por mulheres conservadoras, a considera uma presença forte demais nesse horário. As telespectadoras, aliás, também não gostaram de uma brincadeira que estava prevista para os próximos capítulos: a inversão de papéis entre os sexos. Na trama bolada pelo autor Ricardo Linhares, uma demissão em massa na fábrica da cidadezinha de Bocaiúvas obrigaria os homens a ir cuidar da casa, enquanto suas mulheres assumiriam uma cooperativa, começariam a ganhar dinheiro e a tomar umas e outras depois do expediente. "Já tinha tudo planejado e vou precisar mudar", resigna-se Linhares. O público quer mesmo é açúcar na novela das 6.
Romance sim, mas não qualquer um. O par formado por Maurício Mattar e Déborah Falabella não está agradando. Com quase 40 anos, Mattar é visto como um homem muito velho para Déborah. Seria melhor, dizem as telespectadoras, se Paulo Vilhena conquistasse o coração da mocinha. No quesito galã, porém, a pior nota vai para Miguel Falabella. Já corre nos bastidores da Globo a piada de que ele não cola nesse papel nem mesmo pintado de roxo - a cor que seu personagem adquiriu momentaneamente, depois de ser atacado por um enxame de formigas. Para complicar ainda mais sua situação, o público está cansado de vê-lo fazendo comédia. A atuação de Falabella como o inescrupuloso político Juca Tigre lembra demais seu papel como Caco Antibes, do extinto dominical Sai de Baixo. Até a atriz que interpreta sua mulher é a mesma, Marisa Orth - que não faz outro papel a não ser o de Marisa Orth.